segunda-feira, junho 25, 2007

Emergência

(..dedicado à sua fantasia de herói! que ela apareça em algum outro lugar que não esse espelho desfocado)

Emergência

- Fala com sinceridade.
- O que?
- Precisa de um assunto pra que haja sinceridade?
- Não, só não sei o que você espera que eu fale.
- Algo sem prazo de validade.
- O que você quer de mim afinal?
- Você..
- Já tem.
- ..sem poréns.
- Eu não sei mais o que dizer.
- Uma verdade. Mesmo que seja uma que já sei: meu nome, sua idade, a cor do meu cabelo,
que dia é hoje.
- ..castanho escuro e hoje é dia 22.
- Vinte e três..
- Quase!
- Como sempre. Mas deixa pra lá, enquanto você continua brincando de meias-verdades eu procuro a saída mais próxima.
- Só por que eu errei o dia hoje?
- E sempre.

sábado, junho 16, 2007

Estação 1: Tempo

(primeiro post inter-estadual)

Estação 1: Tempo

De tantos, nenhum.

Ninguém fica, ninguém marca, ninguém fere!
Digo com convicção.
Alguém passa, alguém parte, alguém..
Quem?

Presos entre um e dois,
no ponteiro seguinte, antes ou depois.
"Apressa o passo, desvia, não pára!".
Eis que passa quem sempre será ninguém.

E nada fica, nada marca, nada fere!

Mas tudo bem, pois quanto a mim, cansei dos vícios do tempo,
com todos seus segundos contados e minutos desperdiçados.
Apresento-me como herói das horas em um dia sem fim,
de anos, faço décadas, e centenários depois lembrarão de mim.

"Oito, seis, nove, oito..
Última chamada".

"Bom dia.
Prazer.. nenhum".

sexta-feira, junho 01, 2007

Vai entender, né?

(o título diz muito, não faço idéia do que é, mas faz com que eu me sinta bem)


Vai entender, né?

E foi andando, caminhando, eventualmente parando,
foi assim, desse jeito, simples, rotineiro,
como quem não quer nada, como quem não tem nada,
nada a perder, pouco a ganhar, do que vier, faz-se lucro.
Encontrei, um pouco escondido entre a multidão,
distante, mas tangente entre tanta gente,
procuro sentido no que tenho sentido,
acho, acho com a maior certeza que me perdi.
E importa?
Se o que tanto me cerca e ilustra aqui satisfaz,
quem sou eu pra reclamar das cores?
Por falar nisso, quem sou eu?
Boa pergunta. Quem sou eu?
Quem sou eu com você? Sem você? Por você?
Quantos eus posso descobrir até descobrir a mim?
Que venham infinitos de mim para que nunca me descubra por inteiro,
afinal, quem se contenta em ser sempre e pra sempre o que tanto já foi?
Você, talvez, que nunca deixa de ser o que me surpreende,
me prende, me apreende, me aprende e entende.
Por isso, enquanto mudo, fico mudo, pra conhecer melhor,
e desacelero só pra entender os poréns do caminho,
então chego ao fim, mas tem jeito certo de terminar?
Ah sim, assim!