sábado, janeiro 20, 2007

Um dia qualquer

"Talvez um triste fim. É. Disso que eu preciso.
Um pouco de drama não faz mal a ninguém, ou faz?
Bem, se faz, tanto faz. Assim como tanto fez.
Afinal, meu drama não é um pedido de atenção, meu drama é uma poesia, um poema. Até prosa quando deixo.
Meu drama é um ritmo, um ritmo de alguém, mas quem?
Bem, quem quer que seja, deve ter me tratado com desdém. Então, trato como ninguém.
Mas parece tão difícil esquecer o pouco que se tem.

Por isso, sigo meu ritmo. Ou seu ritmo.
Não sei.
Acho que me perdi entre tudo e nada agora. Mas não foi lá que encontrei você?
Parte entre tudo, resto sobre nada. Em tudo, via seu sorriso, mas nada parecia suficiente.
E como seria?
O cotidiano insistia em desenhar seus jeitos no caminho.
Com defeitos, mas, enfim, ainda seus jeitos.
E eu?
Eu insistia em me enganar por todo o caminho, aceitava qualquer forma de carinho.
Tão estranho se contentar com o pouco que não se tem. Não mais.

E agora?
Bem, agora continuo meu ritmo, só meu, outrora seu.
E o que me resta?
Pensamentos vazios.
Perdidos entre tudo e nada em um dia qualquer.

Meu ou seu?"